Diego Reis nasceu em uma família de funcionários públicos que desejava o mesmo futuro para ele, mas sua vontade sempre foi empreender. Especialista em segurança da informação, Reis fundou sua primeira empresa na área de montagem e manutenção de computadores, que se ampliou e deu espaço a novos negócios, como uma rede de cyber café. Contudo, mesmo com esforço, o empreendedor enfrentava dificuldades para acessar serviços oferecidos pelos bancos tradicionais.
“Eu comecei a entender a lógica do racismo quando eu comecei a tentar acessar crédito e isso não funcionava. Outras pessoas que tinham empresas que faturavam menos, passavam por uma dinâmica muito mais rápida. Comecei a conversar sobre isso e surgiu esse espírito de comunidade, do Black Money”, conta. A partir dessa ideia, ele criou o Banco Afro. A fintech tem como intuito ser uma facilitadora para empresas, empreendedores e profissionais autônomos, oferecendo acesso a crédito, sistemas de gestão e um espaço para divulgação de produtos e serviços.
O negócio surgiu quando Reis liderava o Coletivo Afroempreendedor, que tinha como intuito fomentar o Black Money. “O coletivo é muito legal, mas eu lembro que independentemente do que a gente fizesse, sempre dávamos de cara com o lado financeiro. De uma simples abertura de conta até acesso a capital, tudo era complicado. Foi daí que surgiu a ideia de criar um banco que tivesse um olhar para a comunidade”, conta.
Reis conheceu o seu sócio, Fernando Zago, em um evento de aceleração de startups. Juntos, eles colocaram as operações em prática no ano de 2019. A instituição já rodava no verde desde o seu segundo mês de atuação e, em 2022, o crescimento mensal de transações feitas no banco está na média de 70%. Segundo os fundadores, porém, o intuito do banco é ser mais que uma instituição financeira, focando no aspecto social. “Encaramos a tecnologia bancária como simples commodity, e a utilizamos apenas como instrumental, não como fim transformador da sociedade”, explica Zago.
O Banco Afro entra como parceiro de projetos sociais e oferece apoio tecnológico para a gestão, além da possibilidade de empréstimos, cashback e rentabilidade compartilhada. Algumas das comunidades criadas foram a Marcenaria do Bem, fomentada por um instituto onde os alunos marceneiros doam os móveis produzidos – e que já movimentou quase R$ 3 milhões –, e o Trampay, uma comunidade de motoboys que hoje processa e antecipa recebíveis dos aplicativos e vantagens. O negócio também conta com projetos próprios, como o Liberto Benefícios, pelo qual empresas podem disponibilizar benefícios aos colaboradores diretamente na carteira do banco, permitindo que eles gastem os valores como preferirem, por meio de PIX, boleto ou cartão.
Qualquer um pode abrir uma conta no Banco Afro, e o empreendedor recebe acesso ao Shop Afro, espaço dentro do aplicativo para a criação de uma loja gratuita, um sistema de gestão com dashboards para visão estratégica e disponibilização de recursos, além de fácil acesso ao crédito. Para os próximos meses, o objetivo é abrir capital para investimento e expansão do negócio. A longo prazo, os fundadores planejam expandir sua frente de atuação para o continente africano, com foco na Costa do Marfim e em países de língua portuguesa.
Acesse: https://www.bancoafro.com.br
Fonte: http://glo.bo/3OxeO5X